28 de março de 2024 - 07:00

Brasil

19/03/2021 12:57

"Ele tá igual um peru em chapa quente, não consegue colocar o pé no chão", diz Mandetta sobre Bolsonaro

CRÍTICAS À PRESIDÊNCIA

Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro (sem partido), declarou nesta sexta-feira (18) que o presidente da República deve sofrer todos os dias com o peso na consciência pela morte de mais de 280 mil brasileiros pela Covid-19.

Natural do Mato Grosso do Sul, o médico ortopedista recorreu a uma frase da sua região para se referir ao momento atual de Bolsonaro.

"Todo dia ele deve botar a cabeça no travesseiro e dizer 'o que estou fazendo, o que eu fiz, esse povo todo sofrendo'. Ele está igual a um peru na chapa quente, não consegue pôr o pé no chão", ironizou.

Em entrevista ao apresentador José Eduardo, na rádio Metrópole, Mandetta garantiu que tentou "orientar" Bolsonaro de todas as formas, seja com uma explicação técnica a respeito do vírus, até as mais simples, mas que percebeu que não encontraria respaldo no Planalto.

"Tentei orientar, ajudar, a ele que me nomeou, mas vi que ali não é fértil, ali não cresce sabedoria, ali é o cemitério do bom senso", lamentou.

Segundo o ex-minsitro, o presidente foi avisado por ele da possibilidade de outras ondas de contaminação, mas ainda assim preferiu não selar o acordo com a Pfizer, por exemplo, para garantir o fornecimento de doses da vacina.

De acordo com Mandetta, a política do Governo Federal era de deixar que as pessoas se contaminassem, na expectativa de alcançar a imunização de rebanho.

Diferente de outros países como EUA e Inglaterra, que se reaproximam da retomada das atividades, o Brasil tem somente cerca de 5% da sua população vacinada e atualmente concentra o maior número de casose mortes diárias decorrentes da doença.

O atraso do Brasil em relação ao mundo, destaca Mandetta, é determinante para o agravamento da crise econômica, e que Bolsonaro deve estar "ajoelhando no milho" enquanto reza para que uma nova variante resistente às vacinas não se desenvolva no país.

Caso contrário, diz o ex-ministro, o mundo vai cobrar do presidente em exercício pelo total descaso com o enfrentamento da Covid-19.

"Eles falaram 'não' para a compra de vacinas porque acreditavam que essa doença daqui a 8 ou 10 semanas ia ter acabado, falei a ele que ia vir por ondas [...] eles apostaram em uma coisa, não vamos comprar vacina não, eles vão se contaminando", acusou Mandetta.

"Bolsonaro deve fazser uma novema, nove dias ajoelhado no milho, pois quando tem muita transmissão do vírus, cria a possibilidade de uma variante [...] se tiver uma resistente a vacina, enquanto o mundo todo fazendo esforço, passando esse perrengue, e a variente for do Brasil e for responsável pelo mundo voltar a estaca zero, não sei como será o julgamento, mas acho que esse mundo vai vir buscar ele", sentenciou.


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