Cidades

O chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio Corrêa, confirmou em depoimento à CPI do Paletó que o dinheiro que o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) recebeu em seu gabinete, com filmagem e exibição nas principais TVs do Brasil, foi mesmo dinheiro de propina. Silvio Corrêa descartou qualquer possibilidade de que o dinheiro era para pagar dívida do Estado com o empresário Marco Polo, também conhecido como Popó, irmão do deputado, e juntamente com a empresária Bárbara Pinheiro, proprietários da Mark Freitas, empresa de pesquisa.

Confira a íntegra do depoimento no final da matéria.

 

Silvio Corrêa confirmou também que o prefeito Emanuel Pinheiro, enquanto deputado estadual, recebia propina também da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O chefe de gabinete de Silval não quis confirmar ser o ex-deputado José Geraldo Riva o distribuidor da propina, via poder legislativo, para Emanuel.

 

Outra acusação forte do chefe de gabinete Silvio Corrêa foi de que a gravação feita por Alan Zanata e encontrada posteriormente na casa de Emanuel Pinheiro, se tivesse o dom de anular a sua delação, beneficiaria todos os corruptos que receberam dinheiro de propina do governo Silval Barbosa, inclusive e principalmente Emanuel Pinheiro.

 

Após o depoimento de Silvio Corrêa, o presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki, confirmou ser muito importante que o ex-deputado José Riva seja convocado para falar na CPI.

 

O depoimento

 

Sílvio Corrêa voltou a depor na CPI do Paletó dois anos depois a primeira oitiva, ocorrida em 2018. No depoimento desta quarta-feira (19.02), que durou uma hora e meia, Silvio César Corrêa confirmou o pagamento de propina ao então deputado estadual e, hoje, prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Corrêa confirmou também que uma gravação feita pelo ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alan Zanatta, encontrada pela Polícia Federal na residência de Pinheiro poderia prejudicar o conteúdo de sua delação sobre o pagamento de propina. A gravação beneficiaria o prefeito Emanuel Pinheiro.

 

Silvio Corrêa disse que pagou a Emanuel Pinheiro e outros deputados de oito a dez parcelas de R$ 50 mil como propina. Pressionado por atrasos no repasse do dinheiro, o chefe de gabinete de Silval decidiu gravar o esquema de corrupção. "Eu era pressionado o tempo todo. Naquele dia, os deputados estavam em reunião com o governador Silval Barbosa para pressionar o pagamento da parcela que estava em atraso. Depois foram para minha sala. Emanuel estava lá e também recebeu. Os pagamentos, de oito a dez parcelas, foram feitos pessoalmente por mim", assegurou Silvio Corrêa.

 

Ele negou com veemência que o dinheiro entregue a Emanuel Pinheiro tivesse relação com o pagamento de pesquisa eleitoral, justificativa dada pelo prefeito à época da divulgação da gravação. "Jamais poderia ser para pesquisa eleitoral. O pagamento era em espécie. Dinheiro repassado pelo Sinfra (Secretaria de Infraestrutura de Mato Grosso) do programa MT Integrado".

 

Segundo Silvio Corrêa, disse que quando a conversa que ele teve com o ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alan Zanatta foi gravada, Emanuel já estava no cargo de prefeito. "Alan, ao fazer a gravação do encontro, com certeza tentou beneficiar o prefeito. Não sei se tinha anuência do prefeito, mas era para beneficiar o prefeito.Ele (Allan) foi enfático em falar o nome de Emanuel. Não citou outros nomes", revelou.

 

Confira abaixo o vídeo da íntegra do depoimento: